Acidentes
causados por aranhas são comuns, porém a maioria não apresenta repercussão
clínica. Os gêneros de importância em saúde publica no Brasil são:
• Loxosceles (aranha-marrom):
Não é agressiva, pica geralmente
quando comprimida contra o corpo. Tem um centímetro de corpo e até três de
comprimento total. Possui hábitos noturnos, constrói teia irregular como
“algodão esfiapado”. Esconde-se em telhas, tijolos, madeiras, atrás ou embaixo
de moveis, quadros, rodapés, caixas ou objetos armazenados em depósitos,
garagens, porões, e outros ambientes com pouca iluminação e movimentação. A
lesão cutânea do loxoscelismo surge horas após a picada com eritema e edema,
evoluindo com dor, equimose, palidez (“placa marmórea”) e necrose. Pode haver,
mais raramente, hemólise intravascular e insuficiência renal aguda. O
tratamento é fito com soro antiloxoscelico ou antiaracnídico.
• Phoneutria (aranha armadeira
ou macaca):
Bastante agressiva, assume posição de
defesa saltando até 40 cm de distancia. O corpo pode atingir 4 cm e 15 cm de
envergadura. É caçadora, com atividade noturna. Abriga-se sob troncos,
palmeiras, bromélias, e entre folhas de bananeira. Pode se alojar em sapatos,
atrás de moveis, cortinas, sob vasos, entulhos, material de construção, etc. No
foneutrismo as alterações locais predominam com dor imediata, edema discreto,
parestesia e sudorese, cujo tratamento é sintomático. O quadro sistêmico é
raro, presente em crianças menores de 7 anos, com instabilidade hemodinâmica,
edema pulmonar agudo e choque; nesses casos é indicado o soro antiaracnídico.
•
Latrodectus (viúva-negra):
Não
é agressiva. A fêmea pode chegar a 3 cm e o macho a 2 a 3 mm. Tem atividade
noturna e habito gregário, faz teia irregular em arbustos, gramíneas, cascas de
côco, canaletas de chuva, sob pedras. É encontrada próxima ou dentro das casas,
em ambientes sombreados, como frestas, sob cadeiras e mesas de jardins. No
latrodecismo, há dor local imediata progressiva, sudorese, hipertensão
arterial, taquicardia, contraturas musculares, bradicardia e choque. Não há
soro disponível.
Acidentes
causados por outras aranhas podem ser comuns, porem sem relevância. No ambiente
domestico, é comum encontrar aranhas que fazem teias geométricas e que não
representam risco à saúde.
São
as aranhas-de-jardim (Lycosa sp) e as caranguejeiras:
A elas são atribuídas erroneamente lesões
dermatológicas de naturezas diversas, como infecção cutânea, reação alérgica
etc.
Nem
todos os casos de araneismo requerem soroterapia. No entanto, quando indicada
deve ser administrada o mais precocemente possível. Os soros estão disponíveis
em unidades de saúde de referencia em todos os municípios.
Apesar
das aranhas serem encontradas no peri e intradomicílio, o controle com
inseticidas não é recomendado pois à irritação causada pelo produto químico
pode desalojar os animais de seus abrigos, aumentando o risco de acidente.
Apesar dos três gêneros de aranhas
serem encontradas em todo o território, o loxoscelismo predomina na região sul,
particularmente no Paraná; já o latrodecismo é mais comum no litoral
nordestino, e o foneutrismo é mais notificado em São Paulo e no Sul.
A sazonalidade no
loxoscelismo determina uma maior freqüência de casos entre novembro e março,
enquanto no foneutrismo entre abril e junho. Os acidentes acometem tanto homens
como mulheres, sendo mais comum em adultos jovens.
Referências: Assustadores e Venenosos Disponível em: <http://www.fiocruz.br/sinitox_novo/media/animais_peconhento_1.pdf>
Referências: Assustadores e Venenosos Disponível em: <http://www.fiocruz.br/sinitox_novo/media/animais_peconhento_1.pdf>
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